segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Uma Chave?

Uriel tentou lembrar várias vezes, passo a passo, o que poderia ter dado errado na sua operação. Seria impossível alguém descobrir, os códigos eram em sua maior parte seus, o vírus poderoso destruiria todos os registros e portanto, quem o levou para um cruzeiro, sabia de seu golpe, e – pior – tinha o mais absoluto controle da situação.
Resolveu obedecer à misteriosa voz no celular.
Ele sabia que estava lidando com profissionais, o luxo do camarote, um celular via-satélite bloqueado para ligações, o modo como entrara, a arma... resolveu obedecer, despiu-se completamente e foi até o banheiro, onde sentou-se em uma banheira de água morna. Sentia a água correr pelo corpo atlético, relaxando seus músculos, mas não sua mente. Após alguns minutos, levantou-se. Ao sair do banho, uma surpresa: Uma maleta cromada Lui Vitton aparecera, ao lado de uma outra fantasia, a fantasia de presidiário havia sumido como por encanto, e uma outra fantasia esperava-o na cama. Correu em direção à porta, que voltara a estar trancada, agora podia ouvir música ao longe, distinguia vozes e sons de festa.
Abriu a maleta e descobriu roupas de grife, camisas de grifes famosas, perfumes franceses. Um vestiário caríssimo, sapatos italianos. Sua roupa antiga havia sumido. Estava nu.
As roupas eram exatamente de seu número, meias, cuecas, perfume, tudo de qualidade superior. Fosse quem fosse queria Uriel bem arrumado. No fundo da mala, algo emitia um brilho prateado. Um laptop, com placa de modem. O que significava tudo aquilo?
Ligou o laptop. Ao ligar a tela azul apareceu, nela, não um sistema operacional.

“Gostou dos presentes, Uriel? Mas ainda não é Natal... portanto você não terá acesso à Internet até que eu determine. Seu dinheiro está em sua conta, e não me interessa nem um pouco. Você me interessa. Siga as regras e você viverá milionário. Descumpra alguma delas e você morre. Minha ordem é: Aproveite o cruzeiro! Vá à festa, e não comente com ninguém sobre isso. Creia... eu saberei...”

Com raiva, desligou o laptop. Dentro da mala, peças que conhecia bem, placas de modem, ferramentas, chips e placas de circuitos impressos, misturadores de freqüências e um bloqueador de celulares. Quem estivesse por trás disso realmente queria sigilo. Trancou o armário com chave e guardou-a.
Sem pensar muito, vestiu a fantasia que substituiu a de presidiário, escondeu a arma na calça e preparou-se.

Subitamente ouviu um clic e a porta destrancou. Oito Horas, hora da festa. Colocou a bandana preta que cobria a parte superior de seu rosto e saiu do camarote.
Ele mal podia acreditar: um navio lindo, cheio de pessoas ricas e elegantes, marinheiros de branco impecável, casais dançando, mulheres lindas e exuberantes em fantasias coloridas. Notou que não havia botes à vista, e que o navio estava em alto-mar.

Não havia como escapar. Ao menos agora. Pareciam pessoas normais, mas Uriel pressentia o que viria a seguir... uma sensação incômoda, mas não havia como fugir. Seus olhos percorreram o salão, observando. Com as mãos nos bolsos, apertava a arma. Alguém estava ali, sabia que Uriel era milionário, e provavelmente queria algo em troca do silêncio. Mas teria de resolver isso mais tarde.

Observou as mulheres, e uma delas, fantasiada de fada, olhava-o com curiosidade. Desviou o olhar dela e desceu até o deck do bar.

Olhou mais uma vez para o salão, e viu uma mulher linda, cabelos à la Marilyn Monroe, pernas bem torneadas, sentada próximo ao balcão, meio distraída. Seus longos dedos brincavam com um copo de whisky. Sua beleza era clássica. Parecia pensativa.
De longe, fitou-a demoradamente. Onde a teria visto? Achou que já a conhecera antes, mas não conseguia saber de onde. Resolveu aproximar-se do balcão, pediu uma bebida. e cumprimentou-a polidamente. Uriel sabia que seu corpo atlético e seus olhos azuis lhe conferiam um alto grau de sedução. Ainda não entendera porque a fantasia de presidiário fora trocada, pois a nova fantasia deixava parte de seu peito à mostra, e era bem mais sensual. Não era todo dia que se fantasiava de Don Juan com rosa vermelha e tudo. Percebia um certo nervosismo na mulher linda.
Estendeu-lhe a mão forte.

_ Boa noite! Eu sou Uriel.... posso lhe fazer companhia.
_ Boa noite... Rachel Macciotti...

No meio da festa, uma correria, e Uriel assustou-se com os barulhos de tiros. Várias pessoas se jogaram no chão, sem pensar, sacou sua arma, e deitou-se sobre Rachel. Não sabia porque protegia aquela mulher, mas seu instinto foi tira-la dali. No meio da confusão, observou com enorme surpresa, que alguém vestia a fantasia de presidiário.
Com cuidado, aproveitando a rapidez e a correria, levantou-se, puxando Rachel, subiu as escadas na direção de seu camarote, guardou rapidamente a rama no bolso. Rachel tremia, assustada com a gritaria. Correram pelo deck oposto ao da gritaria e do som dos tiros até o camarote de onde saíra. Uma vez lá dentro, sentou Rachel, colocou a arma na cintura, e arrancou a máscara de Don Juan

_ Você está bem?!
_ Estou, estou... mas quem é vc?
_ Não importa agora, precisamos sair daqui.
_ Porque? O que está acontecendo?
_ Talvez você possa me dizer...
_ Porque eu?! Eu nem sei como vim parar aqui, não sei quem são vocês...
_ Então VOCÊ é Uriel!
_ De onde te conheço?

Rachel olhava enigmaticamente para aqueles olhos azuis.Ela poderia ser a chave, a chave de muitas respostas... ou a chave da saída!

9 comentários:

Aleph disse...

Taí o post! Desculpem atrasar. Leco, por um novo Don Juan vc não esperava...

hahahahaahahahahahaha

Anônimo disse...

Aleph!
Vc não vai acreditar, mas eu... ADOREI!

Juro que adorei!

Eu já tava matutando algo e agora vai ficar mais viável tudo, he he he

Fran, preciso de vc!!!
Vou te mandar um email, rs...

Agora, estou ficand perdido com esses horários malucos!

O Vila Nova acordou e já passava da meia noite.
O Uriel chegou na festa por volta das 8h.

Que horas aconteceram os tiros???
São os mesmos tiros que mataram a Sonia???

Ai, meu Deus!
Quantas dúvidas!

Anônimo disse...

Adorei esse post e realmente ele está cheio de pontos de interrogação e euzinha não consegui entender nada...Rachel então conhece Uriel? Será que ela terá as respostas que ele procura? Esse navio vai bombar (no bom sentido...rs) de tantas emoções...
Aleph, vc escreve muito bem, parabéns!
Beijos

Anônimo disse...

Pare o mundo, eu quero descer. Bom, salvo se alguém puder me explicar com mais detlahes essa trama maluca. Um novo Dom Juan? Uriel e Rachel já se conhecem? Rachel pode ser a razão da presença de Uriel no navio? Tô intrigado com a questão do horário também. Afinal, e o que aconteceu com Lukas e Rachel, narrado no post dos dois?

Aleph, volte aqui, depois dos intermináveis plantões. Explique mais alguns pontos pra gente!

Ainda acho que Uriel não é propriamente um criminoso. Cíntia tem mais pinta de ser uma.

De qualquer forma, o post está ótimo. Parabéns!

Abraços a todos,

Mateus

Anônimo disse...

Gente, hoje é segunda-feira...
ainda não é dia de pensar muito.

Não entendi nada!!!!

Dois Don Juan, dois presidiários, Uriel que conhece a Rachel...é muita informação pra minha cabeça.

Autores lindos do meu coração, Máfia maravilhosa, podem me explicar o que está acontecendo?

Mas diga-se de passagem que adorei o post.

Beijos e uma ótima semana a todos.

Anônimo disse...

Putaqueaspitombas,tbm num entendi nadica, ó. Faço minhas todas as dúvidas expressadas no comentários anteriores, e EXIJO alguém pra me explicar esse trem doido todo,humpf! Égua de vcs,vôte!E bjos!
PS.: PA, amore, que saudades de tu!!!!

Anônimo disse...

Ai, ai, ai...

E agora... a Rachel é a chave de entrada ou saída???? Meu DEUS!!!

E eu que me vire nos 30, né? Risos

Gente, dois presidiários??? Dois Dom Juans??? Ai, Santa Periquita do Bigode Loiro!!!

Aleph, Aleph, arrasou!!!

Bjos todos, meu povo!

Anônimo disse...

Isso virou uma verdadeira teia.
Mistériossssssssss

Shumy disse...

Aleph, adorei!...vamos ver até onde irão os nós desse novelo!
Beijus